segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Crise econômica: L, V ou U ?


Se hay gobierno, soy contra!

Desde minha adolescência, quando militei no movimento estudantil, até os dias de hoje sempre mantive uma postura crítica aos nossos governos. Mesmo no período de FHC mantive o tom. Confesso que me rendi a FHC (que creio ter sido o maior presidente de nossa história) depois de passado seu governo. Sabe como é...aquela coisa de eu era feliz e não sabia. A leitura do livro de FHC narrando sua passagem pela presidência foi peça fundamental na formação desse juízo de valor.

Assim sendo se o Lula acha alguma coisa, será quase certo que eu não concorde. Mas como toda regra tem sua exceção...

Segundo nosso Presidente (meu também, não votei nele, mas democracia é assim mesmo e ainda bem), 2008 foi um ano bom, exceção feita ao último trimestre quando fomos abalroados pelo tsunami financeiro mundial. Mais do uma opinião essa é uma constatação, mas de qualquer forma num raro momento, enfim concordo com o Presidente.

Diante dessa constatação, diante do que já vimos dessa crise, é inevitável uma questão: qual a duração da crise. O que já vimos é o "grosso" da estória ou trata-se apenas de um "aperitivo" e o pior ainda está por vir?

O bom de não ser economista numa hora dessas é poder palpitar a vontade, sem nenhuma preocupação acadêmica, sem nenhum embasamento teórico, opinião por opinião, o maravilhoso livre exercício do palpite. Aliás o palpite tem isso de bom, se você erra...show ninguém vai se lembrar mesmo, mas se você acerta, ninguém irá se esquecer (até porque você irá lembrar a todos sua bola certa).

Assim sendo, aliás no espírito fundamental com que criei esse espaço, lá vai a minha opinião, ou melhor, palpite.

Como alguém que trabalha no mercado financeiro, especificamente no mercado de capitais, me importa mais o desenho da crise do que até mesmo sua duração. Tenho experiência suficiente para afirmar que é possível sim tirar proveito de qualquer situação econômica que se apresente, mesmo que o proveito seja apenas perder menos que os demais.

Existe uma discussão que tenta determinar que tipo de crise que vivemos, se é uma crise em "L" com rápida queda de atividade e longo período de recuperação, uma crise em "V" com rápidos movimentos de queda e recuperação, ou uma crise em "U", com um período mais demorado de acomodação entre queda e retomada de atividade. Pois bem...lá vai meu palpite: "W".

Isso, para mim essa será um crise em "W".

Não preciso lembrar a ninguém nesses tempos de globalização a rapidez com que os players globais colocam "preço" nos eventos. Daí a absurda volatildade global.

Veloz que é, o mercado consegue apresentar fortes movimentos de recuperação em curto espaço de tempo, o que nos permite respirar aliviados, mas ainda tendo em mente o passado recente de desespero, o que nos move rapidamente para agirmos com prudência e pouco entusiasmo, enfraquecendo assim os movimentos de recuperação.

Como na máxima que carrego comigo para tentar entender os movimentos da Bolsa, "Pedra na lagoa não faz uma onda só", acredito que haverá movimentos intermediários de recuperação e recuo de atividade até que se supere essa crise econômica.

Assim sendo, não vá se entusiasmando diante qualquer sinal de recuperação, não vá logo fazendo um carnezinho das Casas BAHIA achando que está tudo "lindu", ainda vai passar muita água debaixo dessa ponte.

Feliz 2010!

Um comentário:

  1. Concordo com vc Ma. Acho que ainda virão desdobramentos em consequencia da famigerada crise financeira atual. Países com as pernas bambas irão abrir o bico, entre os emergentes, acho que a Rússia vai sucumbir e acabar de ruir. Os países irmanos, nossos vizinhos, a Venezuela deve apronfundar a crise política com os atuais níveis de preço do petróleo (dizem que Chavez não se sustenta com o petróleo abaixo de US$ 70/barril). Argentina...quebrada. Da américa do sul aposto apenas no Chile e é claro no Brasil.

    Acredito que sairemos muito fortalecidos desta crise. Mais ainda sentiremos os reflexos por um período mais longo (1,5 a 2 anos).

    Quanto ao nosso presidente...ficou fácil governar um país que ajustou-se economicamente e, principalmente, financeiramente, após o bom governo de FHC. Agora é só tocar a bola de lado, sem querer fazer nenhuma graça, que as coisas vão caminhar à nosso favor.

    Quanto a Bolsa, acredito em vários w's juntos...Acho que vai ser uma coisa meio Web, ou seja...WWW.

    Apenas palpites...como vc disse, "o maravilhoso livre exercício do palpite".

    Abraços.

    LU.

    ResponderExcluir