Ainda martela minha cabeça a imagem de Muammar Kadhafi capturado e martirizado pelos rebeldes líbios. As imagens do ditador indefeso diante de seus algozes instantes antes de sua morte insistem em não abandonar meus pensamentos.
Longe de mim, escrever uma linha que seja em defesa Kadhafi, seguramente um dos piores seres humanos que já habitou o planeta. São inúmeros os relatos de casos de extrema crueldade sob sua responsabilidade direta e indireta. Assim como tantos outros ditadores na história, seu trágico fim era mais do que esperado.
Como cristão sou totalmente contra a pena de morte e sempre uso como argumento o fato de que o mais inocente dos homens foi condenado à morte, condenado a morrer na cruz.
Entendo que um estado soberano possa ter em suas leis a pena de morte. Se não aceito a pena capital como fato concreto, como fato legal ela é uma realidade de muitos países, alguns inclusive ditos desenvolvidos.
Nada jamais irá justificar o que os rebeldes fizeram com Kadhafi e ao assassiná-lo indefeso, igualaram-se em crueldade, principalmente por não lhe permitir julgamento justo.
Nesse episódio minha maior dúvida ainda é saber o que mais me choca: se a violência das imagens ou o atordoante silêncio público e midiático diante do linchamento covarde do ditador líbio.