sábado, 18 de janeiro de 2014

("Rolezinhos", ou, como dividir ainda mais um país)


Os "rolezinhos" tem tomado conta do noticiário, atento, venho buscando entender essas manifestações, tentando escapar dos extremos que vão do mais rasteiro preconceito ao discurso planfletário.


Ao que tudo indica, salvo engano meu, jovens das periferias tem se organizado via redes sociais para em grandes grupos passearem pelos shoppings. Jovens se reunirem para passear pelo shoppings não chega a ser novidade, aos milhares porém me parece um fenômeno novo, ou não?Toda aglomeração de pessoas, naturalmente acaba por acolher uma minoria que por vezes pode usar o grupo como camuflagem para ações de desordem, com depredações e saques. Foi assim nas manifestações no meio do ano passado. Uma maioria pacífica permeada por vândalos. Vale lembrar que o perfil do público presente nas manifestações era predominantemente jovens de classe média, ou seja, falo sobre a dinâmica de comportamento de grupo, sem viés social ou racial.

Eu não vou perder meia linha falando da total incapacidade de nossa Polícia Militar em lidar com situações de tensão. O despreparo é claro e indiscutível e seja qual for a situação, infelizmente, a polícia é mais um elemento de tensão do que agente pacificador.

Chama mais minha atenção porém como as personagens públicas do país vem lidando com a questão. 

Numa sucessão de posts através do twitter o Senador Aloysio Nunes tratou da questão com uma delicadeza e profundidade dignas de um hipopótamo em surto. Falou o que pensa como cidadão no seu inalienável direito de opinião, foi porém extremamente infeliz pela falta de sensibilidade política no bom e mau sentindo da expressão, afinal deveria elaborar mais sobre a questão e nem poderia ser tão sincero assim, afinal vivemos no país que para se ganhar eleição tem que ser na base do "paz e amor" como ensinou Duda Mendonça.

Como voz de oposição as palavras de Aloysio Nunes foram um fiasco total.

Do lado do governo a tragédia é ainda maior. Se Aloysio Nunes foi infeliz no papel de vovô revoltado com o netinho no shopping, o que dizer da Ministra da Igualdade Racial, Luiza Barros, colocando a questão no prisma brancos x negros?

Existe preconceito racial no país? Sim e muito, mas essa questão dos "rolezinhos" diz respeito ao fosso social brasileiro, mas nada tem de conotação racial. Será que só existem negros nas periferias?

A fala da ministra porém não é uma declaração apenas pessoal, longe disso é mais uma iniciativa no processo de divisão do país, é mais uma vez o tal do "nós" e "eles". É o mantra, "nós" os bons e os justos e "eles", todos os que ousam discordar, os maus sem consciência social, a "elite branca" na sua "lógica de Casa Grande e Senzala".

Se não existe sociedade no mundo que seja absolutamente unida, se qualquer sociedade tem sua divisão de classes, o que se fomenta deliberadamente no Brasil é uma radicalização desse processo e tudo isso a serviço de um projeto de poder.

Dos tantos sinais para os quais venho chamando atenção esse é mais um deles, talvez o mais preocupante.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Prá lá de Marrakech...

Em fevereiro, durante o carnaval, visitei o Marrocos numa viagem de 1.700 kms.

Chegamos em Casablanca, de onde fomos para Marrakech, Erg Chebbi (Saara) e finalmente Fes.

Dessa inesquecível experiência, surgiu essa matéria publicada pelo Jornal Mais Conteúdo.

http://www.maisconteudo.com.br/Resources/ed56.pdf

terça-feira, 12 de março de 2013

O pior preconceito...



Cá com meus botões...


Um dos grandes riscos da vida é nos tornarmos o que abominamos. 

Não se pode combater a violência sendo violento, não se pode querer justiça sendo injusto.

É inegável que a nomeação do Deputado Marcos Feliciano para a Presidência da Comissão dos Direitos Humanos representa um grande retrocesso, uma vergonha mesmo.

Não dá para se esquecer porém que ele foi eleito primeiramente pelo voto direto, sendo depois eleito por seus pares que também foram eleitos diretamente. 

Não dá para se esquecer também que ele só foi eleito pela ausência do PT que abriu mão da Comissão. Todos somos por ação ou omissão responsáveis por essa ferida que tanto nos incomoda.

Agora o que não dá para esquecer e admitir é ver prosperar o preconceito como ferramenta de suposto combate ao preconceito.

Esses dias vi um post falando sobre a vergonha que era o crescimento da bancada evangélica. 

Quem determina
quem é ou não um mau eleitor?
Ora se essa manifestação religiosa vem crescendo em nossa sociedade, nada mais natural. É da essência da democracia que grupos queiram se fazer representar. 

Existem maus evangélicos, maus católicos, maus muçulmanos, o que determina uma pessoa ser boa ou má não é a religião que ostenta, mas de fato suas ações. Não se pode confundir o indivíduo com o grupo, não se pode confundir Marcos Feliciano com todos os evangélicos.

O pior preconceito é aquele que é travestido de boa intenção, desse é mais difícil se proteger.

A Queda

Amor incondicional
de um pai por seu filho

Diogo Mainardi é odiado por muitos e nunca o vi fazendo força em contrário.

Temos algumas coisas em comum, especialmente nosso "apreço" por Lula, e o quão pouco nos seduz o senso comum.

Até hoje o que mais admirava nele era a coragem (ou falta de censura) com que defende suas opiniões.

A partir de hoje não é mais assim. Temos mais em comum, muito mais.

Diogo Mainardi deixou de ser para mim apenas o colunista polêmico, aos meus olhos agora ele é antes de tudo um pai. Será assim que eu sempre o verei a partir de hoje, assim como eu, Diogo é antes de tudo um pai. Não existe outra qualificação que o descreva melhor. Eu não sou nada, absolutamente nada, antes de ser pai.

Hoje li seu livro "A Queda" sobre seu filho Tito, vítima de um erro médico em seu parto e que lhe causou uma paralisia cerebral.

Pelas 150 páginas do livro, ou a cada passo cambaleante de Tito, vai se construindo uma linda declaração de amor.

"Saber cair tem muito mais valor do que saber caminhar" nos ensina Tito em sua linda jornada pela vida.

Assim como Mainardi, também compreendi ao ver meus filhos pela primeira vez, no primeiro dia de suas vidas, que os amaria e os acudiria para sempre.

Parafraseando o autor: 

"De lá pra cá nada mudou. Eu o(s) amarei para sempre. Eu o(s) acudirei para sempre".

domingo, 10 de março de 2013

Mentes perigosas.

A ausência da consciência
 e percepção do outro.
Numa sociedade que privilegia cada vez mais o individualismo, é fértil o terreno para os psicopatas saírem da penumbra e deixarem seu inevitável rastro de destruição e morte.

Incapazes de se colocarem no lugar do outro, desprovidos daquilo que aprendemos a chamar de consciência, os psicopatas são reféns de si mesmos e de seus desejos, não conhecendo os limites impostos pela ética, moral ou qualquer vínculo afetivo.

Com linguagem direta e de simples entendimento esse livro é fácil de ser "comido" num único dia. Um manual de sobrevivência que pode ser muito útil e esclarecedor. Eles estão por aí e como alerta o título e você pode ter um por perto...

Além do livro, existe no Youtube uma excelente entrevista da autora Ana Beatriz Barbosa Silva no programa Roda Viva.

sábado, 9 de março de 2013

Vem que eu conto os dias, conto as horas pra te ver...


Vem...
Que eu conto os dias...
Conto as horas pra te ver...
Eu não consigo te esquecer...
Cada minuto é muito tempo sem você...sem você...

Não vou deixar de te amar
No Morumbi vamos ganhar
Vem TRICOLOR vamos vencer
Ô TRICOLOR EU AMO VOCÊ...

Vem TRICOLOR ser campeão
Fazer feliz meu coração
Vem TRICOLOR vamos vencer
Ô TRICOLOR EU AMO VOCÊ...

Se você gostou compartilhe. Espero que um dia ouvir o Morumbi cantando essa música para o Tricolor Mais Querido.


Agradecimento ao Passaporte FC, nas pessoas do Rafael e do Taian, responsáveis pelo Morumbi Tour, que nos permitiu colher essas imagens, assim como a cada um que participou desse video.

Valeu Galera!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Apenas uma questão de civilidade.

Existe em trâmite no Congresso o Projeto-Lei 122, conhecido como Lei Anti-homofobia que em linhas gerais visa dar aos homossexuais as garantias dadas as minorias. 

Contrário a idéia, o Senador Magno Malta, da bancada evangélica, argumenta que diferente de negros e deficientes que não escolheram serem como são, os homossexuais são como são (?) por opção.

Tenho muita dificuldade em entender como a forma de alguém amar e se sentir fisicamente atraído possa ser alvo de tanto repúdio e controvérsia, possa gerar tanto incômodo, especialmente numa sociedade que parece tão pouco se incomodar com os desequilíbrios sociais e toda violência oriunda dessa realidade. Realmente não entendo.

Outra grande limitação de entendimento de minha parte diz respeito a questão da "opção sexual". 

Eu não me lembro do dia em que escolhi ser heterossexual, não me lembro do dia em que escolhi ser como sou, em me sentir atraído por pessoas do sexo oposto. Lembro bem do dia em que conheci minha namorada Lelê,  lembro com clareza da atração que ela despertou em mim, lembro da admiração que daí floresceu, mas do dia em que "escolhi" ser heterossexual, desse dia eu realmente não me lembro. 

Ainda que ser homossexual fosse (ou seja) de fato uma escolha, uma "opção", ainda assim, se ser homossexual implica em ser uma minoria social devemos como sociedade pretensiosamente civilizada proteger esse grupo, exatamente como da mesma forma são protegidas outras minorias. 

Não se trata da defesa apaixonada de uma "causa", trata-se apenas e tão somente de uma questão de cidadania. São premissas fundamentais da democracia: prevalecer a vontade da maioria e respeito pela minoria. No futuro qualquer cidadão (inclusive você) em virtude de uma circunstância pode se encontrar numa condição de minoria e a história mostra como a maioria pode ser cruel, lembre-se que foi ela que crucificou Jesus Cristo. 

Para aqueles que usando a religião não aceitam os homossexuais sugiro ver esse video: http://www.youtube.com/watch?v=FPL0-gZsF3k