domingo, 25 de outubro de 2009

Celebrando o amor.


Sábado passado, atendi o mais honroso convite que recebi em minha vida. Meus amigos Luiz Marcos e Cristiane, por ocasião de seu “Open house” resolveram a seu modo se casar. Eles dizem que não, mas foi sim um casamento. Para a ocasião fui convidado a fazer uso da palavra em nome dos presentes e foi essa minha mensagem:

“O que é o amor?


Sentimento complexo, para cada um ele tem um sentido próprio, uma palavra que o ilustra.


Existem vários tipos de amor. Do menino pela Bola, pela bicicleta (ou nos dias de hoje pelo video game e Ipod), do poeta por seus versos, do homem pela mulher e por que não de um homem por outro ou de uma mulher por outra...desde que seja amor.


Existe para mim um outro tipo de amor, o de uma alma por outra, esse amor eu chamo de amizade. É esse meu amor pela Cris e pelo Lú.


Para que você possa de fato considerar alguém amigo o primeiro passo é, (passada a paixão, afinal a gente se apaixona também pelos amigos), descobrir qual é o seu ou seus defeitos, só assim superando essa fase de ver e entender qual o defeito de alguém é que essa amizade pode se consolidar.


É só quando você de fato percebe que aquela pessoa vale a pena, que veio para sua vida para ficar, amigos de verdade são para sempre.


O Lú antes de mais nada foi uma conveniência para mim. De tanto que falo não raro me pegava falando sozinho, dando carona eu tinha alguém com quem conversar e ainda não passava por maluco. Foi nessa fase que tive meu primeiro contato com a rabugice do LÚ, esse cara de manhã parecia um pitbull. Não demorou para o pessoal da empresa nos chamar de Raposo e Tavares. Ele tem mesmo uma cara de Raposo e eu acho q tenho uma cara de Tavares.


Nossos defeitos e virtudes estão bem próximos. Se o Lú é meio rabugento é porque antes de tudo ele é uma pessoa justa, correta e crítica que não se deixa levar pelo que é conveniente, mesmo que para isso haja um preço a pagar, afinal sua essência não tem preço.Sua maior virtude é para mim a maior das virtudes: saber se desculpar. Isso não é para qualquer um é para poucos e o Lú é um desses.


Aprendi muito com o Lú em suas gotas de sabedoria. "O que mata véio é frio e tombo", "lobisomem sabe para quem aparece" e a melhor de todas: "pardal procura pardal". Foi assim, desse jeito que a pardal albina pintou na área.


A Cris ainda era uma mocinha quando a conheci. O adjetivo diz apenas respeito a pouca idade naquela ocasião, afinal de contas não estamos diante de um docinho de coco, aliás bem ao contrário. Não precisei de muito tempo de convívio com ela para logo lhe apelidar de Jumá Marruá, a mulher onça.


Pisa do calo dela que ela vira bicho, mas sabe porque, espere do mundo que seja uma atitude incoerente, mas nunca da Cris, se você quer ilustrar o sentido dessa palavra pense nessa moça que sempre soube o que quis, que estabelece sempre uma linha reta entre onde ela está e o que ela quer.


E foi assim sendo como são que os pardais se encontraram...


Sendo assim como são, com seus defeitos, mas principalmente com suas virtudes que eles entraram em minha vida para ficar, foi assim que eles me colocaram aqui diante de vocês...


Eu estava trabalhando quando alguém me chamou no messenger: era a Cris.


- Má, precisamos falar com você...pessoalmente.


Será que vão me pedir dinheiro emprestado? Se não forem...peço eu, pensei, afinal estava meio caidão mesmo...


Chegou o dia enfim de nos encontrarmos, brincadeira deixada de lado, o que eu pensava era que se tratava da formalização de um convite para sermos padrinhos.


Meio assim, meio assado, lá veio o convite que me fez cair o queixo, segundo a Cris não haveria uma cerimônia religiosa, afinal não era um ‘casamento’ era só o open house, mas eles queriam que eu (isso mesmo eu) falasse algumas palavras. Que responsabilidade, que privilégio.


Meu primeiro impulso foi pensar: mais uma chance para me exibir. Quem sabe não seria o nascimento de uma nova igreja? Milhões...pensei.


Passados os primeiros e tentadores segundos me dei conta, agora falando sério, do privilégio e responsabilidade que me haviam sido dados. Eu que pelo anos venho testemunhando de perto, bem de perto, essa relação agora tinha essa incumbência.


As palavras da Cris e do Lú soavam em minha mente...religião...casamento...


Uma vez li um artigo que falava sobre religiosidade em algum lugar naquelas linhas abordava-se a divergência que havia quanto ao sentido da palavra religião. Uma versão dizia algo como religar, unir o homem a Deus, a outra falava em relegere que significava o contrário de negligência, religião então seria zelo,respeito. Na ocasião pensei: porque não poderia então ser as duas coisas?


Já que me foi dada essa tarefa fui fazer a lição de casa.


Fui pesquisar então o que quer dizer casamento.


Casamento advinhem só? Vem de casa, construir uma casa, assim como matrimônio vem de mater (mãe) e patrimônio, o que dá a idéia de lar.


Desconfio que estamos sim numa cerimônia religiosa, não no sentido de estar ligada a essa ou aquela crença religiosa, mas sim de estarmos testemunhando um ato de zelo e respeito mútuo entre a Cris e o Lu, desconfio também que estamos num casamento, que tem sua trajetória e forma própria, mas que amadureceu no sentido não somente da construção de uma “casa” no sentido físico, mas mais que isso um “lar” o que a gente testemunha aqui é o extâse de uma relação, sua plenitude...que seja duradoura mas tanto quanto isso que seja intensa.


Acredito que todos aqui compartilhem da alegria de termos sido eleitos para vivenciar esse momento, assim como participar dessas vidas, assim nossos votos não devem se restringir a desejar um futuro ainda mais brilhante e feliz, mas antes disso a agradecer a Cris e ao Lu a benção de termos suas amizades.


Esse agradecimento porém não deve se restringir aos “noivos” mas também aos seus pais, afinal há quem diga que a fruta não cai longe do pé, se por um lado cada um de nós é único em sua essência, não há como negar de onde viemos, quando vemos com mais profundidade o que nós somos.


Ao Lú e a Cris não vou desejar que sejam felizes, mas sim que sejam ainda mais felizes.”


Esse foi um momento e tanto, um dia que levarei sempre comigo no meu coração, o dia em que celebrei o amor.

Um comentário:

  1. Má,
    Obrigada por sua homenagem.... no site e no nosso "casamento"...rsrs
    Como dissemos no dia, foi o melhor presente que poderíamos ganhar, tudo bem que nós pedimos esse presente, mas você, com esse coração maravilhoso nos deu além do que pedimos.
    Lindas palavras, texto coerente, nós sabíamos que você tinha o dom da palavra, mas cara, você arrebentou!
    Parabéns e obrigada do fundo do nosso coração!
    Amamos você de paixão! Você estará sempre conosco, conte com a gente para o que precisar.
    Bjs
    Cris e Lú

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