domingo, 22 de agosto de 2010

O preço do sucesso.

Certa vez vi uma entrevista  de Émerson Fittipalidi falando sobre a cultura americana de admiração pela prosperidade e sucesso.


Na mesma oportunidade o piloto comentava como  era diferente essa percepção em nosso país, em suma, suas palavras apontavam para como no Brasil o sucesso era algo visto com um viés negativo.


Emmo estava certo.


Talvez por nossa orientação majoritariamente cristã e com a percepção que o sofrimento purifica, o sucesso em terras tupiniquins é pecado capital.


A lógica reinante é que o mérito por si só não existe e o sucesso sempre, invariavelmente, é fruto de alguma desonestidade ou algo equivalente.


É como se num país de miseráveis o menor sinal de prosperidade fosse uma afronta e não algo a se admirar e até mesmo almejar.


Há quem acredite que devamos acabar com os ricos eu pessoalmente acho que seria melhor erradicar a pobreza.


jornalismo?
Nessa semana na revista Isto É o jornalista Leonardo Attuch assina a coluna “ O terno de Lula”.
Na coluna o jornalista traça uma relação entre o fato de Eike Batista ter arrematado por R$ 500.000,00 o terno da posse do Presidente Lula e tê-lo doado a Organizaão chefiada pela Primeira Dama Marisa Letícia com os financiamentos obtidos por suas empresas junto ao BNDES. (leia  http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/colunista/3_LEONARDO+ATTUCH ).
com ou sem franja...

Além de ponderar sobre a “volumosa franja” de Eike Batista (a quem interessaria tais ponderações?) numa séries de comentários inócuos (ao menos para aquele que imagino ser o leitor da Isto é), o colunista faz claras insinuações no sentido de apontar para algum tipo de benefício indevido para o empresário por parte do presidente do BNDES Luciano Coutinho.


“Eike Batista pagou R$ 500.000,00 por ele (o terno). Depois embolsou mais alguns milhões do generoso BNDES” diz textualmente a chamada da coluna.


Segundo Attuch, bastaria aplicar os recursos subsidiados pelo BNDES em títulos do governo federal para se apurar um significativo lucro fruto da diferença de taxas.


Acredito na sociedade de direito, onde existem premissas fundamentais e inegociáveis dentre as quais destaco a presunção da inocência.  


Até que se prove contrário Luciano Coutinho e Eike Batista (assim como eu e você) são cidadãos brasileiros honestos e merecedores do respeito de nossa sociedade. Se a percepção do jornalista é diferente dessa caberia a ele apresentar as provas em contrário, qualquer coisa diferente disso é leviandade e calúnia, devendo ser tratada como tal sejam pelos caluniados sejam pelos leitores da revista.


O BNDES é um órgão de fomento de atividade econômica, seu (importantíssimo) papel portanto é esse mesmo o de financiar atividades que possam ser geradoras de empregos e tributos. Nunca obtive recursos junto ao órgão mas como profissional do mercado financeiro o que é de meu conhecimento é que são absolutamente rigorosos os critérios de concessão de crédito.


Eike Batista é um dos homens mais ricos do mundo (US$ 30 BI), suas empresas empregam milhares de brasileiros e apresentaram significativa valorização num claro reconhecimento do mercado de seu sucesso, algo imperdoável no Brasil…


Não consigo imaginar como alguém com um mínimo de bom senso e compromisso com a verdade dos fatos posssa tentar traçar uma relação entre a doação feita por Eike Batista pessoa física e os financiamentos obtidos por empresas de capital aberto que são controladas pelo empresário.


A coluna me parece muito mais uma tentativa (talvez até bem sucedida) de “jogar para a torcida” com uma polêmica fabricada conseguindo assim um espaço que normalmente o jornalista não teria.  Seja o que for, uma coisa é certa: não se trata de jornalismo.


Os próprios números utilizados na coluna demonstram a fragilidade do argumento, pois demonstram a pequena relevância do montante dos empréstimos que não chegam a 10% do patrimônio pessoal do empresário.


O fato é que o sucesso de Eike parece ser imperdoável.


Eu não sei o quão melhor seria nosso país se tivéssemos mais Leonardos Attuch, mas não tenho dúvida alguma que o Brasil seria um país bem melhor se tivéssemos mais empreendedores com o sucesso de Eike Batista, com franja, sem, ou até mesmo careca.


Em tempo:


Não tenho simpatia (ou antipatia) alguma pela figura pessoal de Eike Batista (não tenho elementos para tal), muito menos procuração para fazer sua defesa (o que aliás não fiz, afinal não há do que defendê-lo).


Aliás o Mega-ultra-super-uber empresário, nem de longe desconfia da existência desse colunista mundialmente conhecido por algumas pessoas da vizinhança.

Um comentário:

  1. Marcelo, olá! Queria ter feito este comentário lá na postagem de Stelle Alpine. Você encontrou coisas de ada e citou nesta postagem que fez, uma linda homenagem à sua esposa. Mas como seu blog não tem busca e nem lista de posts (porque não coloca?) eu estou comentando aqui. Desculpe-me. Eu te reencontrei por acaso, novamente. Internet não deixa a gente se esquecer das coisas, né? Eu perdi 1 ano de postagens no meu blog. Fui induzida a erro pelo bloger e deletei mais de 100 posts....chorei. Um deles, era a minha historia sobre a Stelle Alpine e que tinha um comentário seu, muito especial.. E em cache, eu consegui localizar você e sua postagem. Mas minha crônica, nunca mais! Vim apenas para te saudar. Abraços de Ada

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