sexta-feira, 30 de abril de 2010

O bem e o mal

Ainda busco encontrar a serenidade necessária para aprender a conviver com a perda de meu grande amigo “Seu João”. Não há experiência tão ruim na vida que ao menos não traga em si o lado positivo do aprendizado.

Tive o privilégio na missa de sétimo dia de falecimento do Seu João de prestar-lhe uma última homenagem. Sua família terá minha eterna gratidão por essa honra que me foi concedida.

Não foi fácil segurar minhas lágrimas, soltar minha voz e ler aquelas palavras, humildes palavras, em sua memória.

Desde então, afortunado, fui alvo de gestos que me fortaleceram uma convicção: se o mal existe (e existe) o bem também e há de triunfar.

Logo após minha mensagem na missa, recebi de um companheiro de trabalho um silencioso abraço. Não foram necessárias palavras... 

Aquele gesto, de profundo respeito e afeto, confortou-me de uma dor que não era só minha. Foi um abraço recheado de bondade...

Ainda saindo da Igreja recebi de um dos presentes uma palavra de apoio:
- Parabéns Marcelo, você é uma pessoa boa.

Acredito nisso: fazer e colher o bem.

Foi sendo assim que recebi uma ligação que me comprova a existência do bem, que quando menos esperamos se manifesta em seu estado mais puro.
Tenho passado por uma fase difícil em minha vida. Profissionalmente depois de um ano de nuvens negras, um raio de sol começa a brilhar. Sofri contusões, que em associação com as dificuldades profissionais me afastaram dos esporte, especialmente das corridas de rua, fazendo com que os amigos das manhãs de Domingo acusem a minha falta.

Toca o telefone. Do outro lado da linha o Nivaldo. Preocupado com minha ausência das corridas me deu toda sorte de apoio, se colocou a disposição para correr comigo além de me dar um bom puxão de orelha, coisa que somente verdadeiros amigos são capazes de fazer. Para encerrar a conversa ele me disse:

- Olha, estava me faltando motivação também e eu entrei num site e li uma estória que você deveria ler.

Ele falava de meu próprio testemunho no site da Corpore, quando falei sobre a importância das corridas no meu processo de emagrecimento.

Sem ter essa pretensão, movido apenas por sua bondade, sem interesse algum, Nivaldo me presenteou com um gesto mais valioso que ele possa imaginar. Queria poder retribuir seu gesto, mas ele foi maior que minha capacidade de gratidão. Deus, a força do bem, há de fazê-lo por mim.

Sei que sou só um “Manézinho” a mais nesse mundo doido, mas diante constatações como essas, será que eu tenho direito de não fazer minha parte? Será que mesmo não tendo a pretensão de ser ouvido, ainda assim poderia me calar? Teria esse direito? Não!!!

Se você que crê no bem se cala, o mal prevalece...

Quixotesco vou indo, lutando contra moinhos de vento, sem nada a temer afinal existem “Nivaldos” no mundo e assim sendo o bem sempre vencerá.

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