quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Curaçao: do coração, ou o que cura?


Quem me conhece sabe bem qual o maior prazer que a vida pode me reservar como lazer: viajar!

Nesse carnaval fiz mais um "x" no mapa mundi.

Se no ano passado a ilha das Antilhas Holandesas que visitei foi Aruba, dessa vez meu destino foi Curaçao.

Existem grandes semelhanças entre as duas ilhas.

Colonizadas pelos holandeses e apesar de autônomas com governos locais e democraticamente eleitos, ambas fazem parte do reino da Holanda e tem como línguas oficiais o holandês e o papiamento.

Todo mundo se comunica bem em espanhol, especialmente pela proximidade com a Venezuela, e em inglês pela grande presença de turistas e como eles mesmos dizem: quem mais além de nós fala papiamento?

A moeda é o Florim das Antilhas e o câmbio é próximo ao do real, sendo de NAf 1,79 por US$ 1,00.

Tida como o paraíso do mergulho com suas águas absurdamente cristalinas e com grande variedade de vida animal, no quesito compras Curaçao parece que já foi um destino mais atraente.

O comércio é bem acanhado para qualquer padrão especialmente para alguém que chega do Brasil e especialmente de São Paulo a Meca Tupiniquim dos Shoppings Centers.

Se os preços são melhores que os praticados no Brasil nem de longe são tão atrativos como em outros destinos de compras como, por exemplo, Miami.

Existe controvérsia quanto à origem do nome Curaçao. Há quem diga que seja a forma absorvida pelos locais de como os portugueses (que tiveram breve passagem pela ilha) falavam Coração. Outros dizem que o nome se origina da capacidade curativa de ervas da flora local, fazendo com que essa fosse uma ilha onde se cura, uma ilha de curação.

Predominantemente negra, mas com grande número de imigrantes latinos especialmente vindos de Venezuela e Colômbia, a população de Curaçao é pouco superior a 150.000 habitantes. Salvo as exceções (elas sempre existem), a grande maioria dos "curaçaleños" é receptiva e alegre e faz com que o brasileiro se sinta em casa. Foi assim comigo...

A Capital é Willemstad e o centro de Curaçao é divido pelos distritos de Otrobanda e Punda onde fica localizada a maioria dos hotéis, cassinos e restaurantes. Para quem não vai ficar nessa região é primordial alugar um carro já que o transporte público é feito através de ônibus nem tão abundantes assim.

Fiquei hospedado no extremo oeste da ilha (Westpunt) no Hotel Kura Hulanda Beach Resort. (http://www.kurahulanda.com/)

Para quem quer curtir praia, piscina e coçar é o lugar ideal. A praia privativa é um show a parte e propicia um bom mergulho... Muitos peixinhos, muitos...(veja a foto ao lado).

O hotel dispõe de uma satisfatória academia. Conexão de internet, apesar de gratuita, apenas em áreas comuns o que é um aspecto que considero bastante negativo nos dias de hoje.

Os quartos são distribuídos como se fossem vilas, dispondo de adoráveis varandas (com vista para o mar o que garante um lindo amanhecer e anoitecer com direito a por do sol). O quarto é amplo com disposição de mobília como se fora um loft, inclusive com cozinha. Esse detalhe (a cozinha) foi excelente para nos dias em que não jantei fora do hotel e  acabei por optar em fazer minha própria refeição. Isso garantiu uma dieta mais saudável para o corpo e para o bolso também.

No meu caso, a existência de uma quadra de tênis e a possibilidade de boas pedaladas pelas cercanias foi determinante, mas acredito que para a maioria dos turistas se hospedar pelo centro parece ser a opção mais racional.
Em Curaçao não raramente você se depara com cenários de pobreza, mas diferentemente do que vemos no Brasil isso não nos remete a uma situação de indignidade. Em nenhum momento ne senti desconfortável ou temeroso por nossa segurança bem diferente do nosso dia-a-dia no Brasil.

Pura impressão, sem nenhuma base em estudo, mas compartilhada pelos locais com os quais conversei, a economia de Aruba me parece mais robusta em comparação com a de Curaçao. Esse fato me parece manter uma relação direta com o fato da infra-estrutura de turismo de Aruba ser melhor que a de Curaçao.

Se essa não foi minha melhor viagem, a melhor viagem é voltar para casa, também não foi a pior viagem, aliás, nunca fiz uma viagem que pudesse considerar ruim.

Ainda não existem partidas regulares dos aeroportos brasileiros, havendo apenas vôos fretados que partem de Brasília.

Em meu caso saímos de Congonhas às 11 horas, troquei de aeronave em Brasília saindo de lá para Curaçao, num trecho que tinha como destino final Aruba.

Cheguei ao Hotel em Curaçao às 21 horas, com duas horas a menos de fuso, mais ainda em tempo de jantar e dar uma caminhada pelo hotel.

O mico da viagem foram os dois "check in" já que se tratava de um trecho doméstico e um internacional, mas nada que não dê para suportar.

Insuportável mesmo é o serviço de bordo da Gol. Apesar de toda boa vontade da tripulação a mentalidade da direção da empresa é de difícil compreensão. Não bastassem os sanduíches frios e sem graça, não bastasse o biscoito granulado, quase uma farinha, a empresa não oferecer um simples cobertor para um vôo noturno inaugura um novo (baixo) nível de qualidade de serviço de bordo, o menos cinco estrelas.

Ainda assim, apesar da GOL, como Aruba, Curaçao me parece uma alternativa bastante interessante ao nordeste brasileiro. Além de não correr o risco de ouvir axé (apesar de que haja salsa na orelha), de não ter que aturar ambulantes pelas praias, a relação de custo benefício me parece bastante mais satisfatória.

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