terça-feira, 2 de novembro de 2010

Um país dividido.

Dilma Rouseff foi eleita a primeira presidente mulher do Brasil. Há quem veja nisso algo de histórico ou avanço de alguma ordem, não é meu caso.

Para mim pouco importa o gênero ou mesmo a orientação sexual de um governante, o que conta (ou ao menos deveria contar) é sua capacidade de gestão, orientação ideológica e biografia (ou ficha corrida dependendo do político).

Não votei em DiLLma, mas antes de tudo sou brasileiro e desejo a ela toda sorte do mundo. Vai precisar...

DiLLma herda um país que sai dividido das eleições. Dividido regional, intelectual e ideologicamente. Enquanto DiLLma venceu nas regiões Norte e Nordeste, Serra obteve melhores resultados no Centro-Oeste, Sul e Sudeste, a mesma relação se dá também entre os que tem um menor e maior nível de escolaridade respectivamente.


Semelhança ou coincidência? Clique e veja.


Com ânimos menos aflorados a presidente terá de fazer o país voltar a normalidade da disputa republicana. Não será uma tarefa simples.

Se no congresso DiLLma parece ter folgada base parlamentar, o eleitorado na esfera estadual está bem dividido pendendo para a oposição.

DiLLma foi eleita é verdade, mas para isso contou com um cabo eleitoral com mais de 80% de popularidade além da máquina governamental, assim seus 56% não chegam a ser grande mérito e não devem lhe render uma lua de mel muito longa. Vale lembrar que nas vezes que LuLLa foi eleito obteve mais de 60% dos votos.

O novo governo deverá manobrar com habilidade sua maioria. Um rolo compressor agora com a oposição aparentemente "machucada, arisca e ressuscitada" pode ser um tiro no pé.


Rolo compressor governista?
Durante os oito anos do governo LuLLa pouco se avançou em termos de reformas estruturais e as reformas fiscal, previdenciária e partidária não saíram do papel.

Tomara que eu esteja enganado, mas não vejo mudanças no horizonte. Reformas implicam em enfrentar privilégios o que definitivamente não tem sido o forte do PT no governo, pelo contrário...

Há quem pense que essa nova etapa do PT no poder deva ser mais noticiada nas manchetes políticas do que policiais. Será? Se com a mão de ferro de LuLLa (muito maior que o PT) não foi assim e brotaram aloprados, com DiLLma será diferente mesmo? Não creio e torço sinceramente para estar errado. Tomara...

Institucionalmente o avanço que essa eleição traz para o Brasil é que por um lado teremos um governante que com menos carisma irá ter que trabalhar mais e de outro lado o aparente ressurgimento da oposição no país. Já não era sem tempo...

Nenhum comentário:

Postar um comentário